Ipatinga realiza teste rápido de Leishmaniose Canina
Neste ano, já foram registradas 24 notificações de Leishmaniose Visceral em humanos no município. Em 2017, ocorreram cinco óbitos em virtude da doença entre 81 casos notificados
Publicado em 05/07/2018 13:15 - Atualizado em 05/07/2018 14:03
A vacina contra a Leishmaniose Visceral Canina não é oferecida no serviço público, mas é vendida no comércio para imunizar cães sadios e em caso negativo da doença
A Leishmaniose é uma das enfermidades que mais afeta os cães no Brasil. Com o objetivo de detectar a doença em animais domésticos e de rua, a Prefeitura de Ipatinga, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realiza no próximo sábado (7) a aplicação de testes rápidos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) na comunidade de Pedra Branca, zona rural do município. Mais de 30 Agentes de Combate a Endemias estarão envolvidos na ação, que irá também vacinar contra a raiva, cães e gatos ainda não imunizados neste ano.
Segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Mara Fernanda Alves, “por apresentarem aspectos de doença, inúmeros cachorros não puderam ser protegidos com a vacina contra a raiva animal. Desta forma, estamos intensificando os testes caninos, além de conscientizar sobre os perigos da doença em cães, que são os principais hospedeiros, para proteger a população de casos de Leishmaniose Visceral em humanos”, explica.
Serão montados no bairro dois pontos estratégicos para a ação: um deles no início de Pedra Branca, para a comunidade ribeirinha, e outro próximo à Escola Municipal Hermes de Oliveira Barbosa.
Dados da doença
Somente no primeiro semestre deste ano, o município registrou 24 casos notificados de Leishmaniose Visceral em humanos, mas felizmente nenhum deles com morte. Em 2017, cinco óbitos foram registrados em virtude da doença, de um total de 81 notificações.
A vacina contra a Leishmaniose Visceral Canina não é oferecida no serviço público, mas é vendida no comércio para imunizar cães sadios e em caso negativo da doença. Cada animal recebe três doses da vacina, respeitado um intervalo de 21 dias para cada aplicação.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina não se configura como uma medida de saúde pública para controle da doença e, portanto, trata-se única e exclusivamente de uma escolha do proprietário do animal, de caráter individual. A orientação está na nota técnica nº 11/2016 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Ipatinga presta o serviço de eutanásia em animais com sorologia confirmada para Leishmaniose. Para o procedimento, o órgão esclarece que é necessário aplicar um anestésico específico que poupe o animal de dores.
Neste ano, a doença já foi confirmada em 593 cães, que foram eutanasiados no município.
Doença grave, transmitida pela picada do mosquito-palha, a Leishmaniose Visceral pode afetar tanto os animais como os seres humanos
Sobre a Leishmaniose
Doença grave, transmitida pela picada do mosquito-palha, a Leishmaniose Visceral pode afetar tanto os animais como os seres humanos. Diferentemente da Dengue, que é uma virose aguda e tem um curso acelerado, os sintomas da Leishmaniose demoram mais para aparecer após a infecção, de 15 a 30 dias. Caso não seja tratada imediatamente, a doença tem altíssimo grau de letalidade.
Modo de transmissão
Os animais não contaminam diretamente humanos, mas, caso estejam infectados, passam a ser um reservatório do protozoário (causador da doença), favorecendo a perpetuação do ciclo, uma vez que o mosquito vetor pode picar o animal e, em seguida, picar uma pessoa.
Os sintomas de Leishmaniose nos cães são perda de peso e apetite, crescimento exagerado das unhas, feridas pelo corpo (com maior frequência nas orelhas e focinho), febre prolongada e queda de pelos (com maior frequência ao redor dos olhos).
Em humanos, os principais sintomas da Leishmaniose Visceral são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.
Recomendações
- Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;
- Coloque telas nas janelas e embale sempre o lixo;
- Cuide bem da saúde do seu cão.
por SECOM/PMI